COMBATENTES DA BENFEITA |
![]() |
O nome de alguns dos nossos patrícios que tomaram parte nessa grande e tormentosa luta, que foi a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) merecem ser, aqui, recordados. Eram, então, jovens de vinte e poucos anos e uns, em África, outros em França, muito contribuíram com o seu esforço e coragem para a vitória final. Foram eles: Elísio Dias da Fonseca, António Francisco Nunes (Péssimo) e Firmino Simões Quaresma, da Benfeita, António Pereira, do Sardal, José Augusto Quaresma, do Enxudro e José Moço e Ricardo Gomes, da Dreia, embarcaram em Lisboa, em Junho de 1916, incorporados no Batalhão de Infantaria 23, com destino ao Norte de Moçambique. Alfredo Nunes dos Santos Oliveira e Eduardo Rosário, soldados de Artilharia, António Quaresma, de Cavalaria 9, Elísio Ramos de Figueiredo, de Infantaria 7, José Augusto Martins Pereira, do 3º grupo das Companhias de Saúde, José Dias, do mesmo grupo, Tomaz Joaquim da Fonseca, de Infantaria 5, António Nunes, Feliciano dos Santos, Joaquim Correia, José Pereira, dos Pardieiros e António Sobreira, do Enxudro, todos de Infantaria 23, combateram em França.
Entre estes jovens encontrava-se o meu avô Firmino, ferreiro de profissão e que gostava de tocar bandolim nas horas vagas. Com 23 anos, casado e já pai de 2 filhos (Ana e António), não chegou a assistir, por uma questão de dias, ao nascimento do seu terceiro filho, o César. Por lá andou um ano e pouco. Combateu as tropas invasoras alemãs no Norte de Moçambique, em Nangade e Negomano e regressou com poucas esperanças na vitória, sem nunca ter percebido as verdadeiras razões daquela luta. Quis o destino que eu, 54 anos depois (1971), fizesse escala em Negomano a caminho de Mueda (terra da guerra) e pudesse meditar um pouco, no meio do mato, frente ao monumento aos mortos de Negomano que hoje, muito provavelmente, já terá sido vandalizado ou reduzido a cacos, por quem pretendeu "apagar" uma importante página da História de Portugal e que, inexoravelmente, também faz parte da História de Moçambique. "A PÁTRIA RECONHECIDA AOS QUE POR SI HONROSAMENTE MORRERAM NO COMBATE DE NEGOMANO EM 25-XI-917". A Pátria era PORTUGAL!
Em 1971 a guerra era outra e, também eu com 23 anos, não sabia muito bem quais as verdadeiras razões porque ali estava. Quis Deus que avô e neto tivessem conhecido o mesmo cenário de guerra, em épocas diferentes, e conseguido voltar com vida, daquele "Inferno" que, algumas vezes (muitas), tinha sabores de "Paraíso". Morreram na primeira guerra, em Moçambique,
António Francisco, dos Pardieiros e Alfredo Pereira, do Sardal. Em França,
foi dado como desaparecido, Armando António, dos Pardieiros. HOMENAGEM Por diversas vezes se esboçaram projectos
para a realização de uma festa de homenagem aos nossos patrícios que,
durante a primeira Grande Guerra, combateram no norte de Moçambique
(ex-África Oriental Portuguesa) e na Flandres (França). No território ocupado de Neuve-Chapelle, entre as linhas portuguesas e alemãs, erguia-se o "Cristo das Trincheiras", uma antiga estátua do Calvário.
Em 1957, o governo português pede que lhe seja dada esta
estátua mutilada e, em 1958, por ocasião do quadragésimo aniversário
da batalha de La Lys, o Cristo de Neuve-Chapelle foi transferido para
Lisboa, sendo património da Liga de Combatentes. Assim quiseram, a França e o governo de Salazar, homenagear todos os portugueses que combateram na Guerra de 1914-1918. VIVALDO QUARESMA
Veja também: |
|