BENFEITA
O
SINO DA PAZ PORTUGUÊS
Celebra 75 anos, tocando pela Paz, pela
Esperança e pelo Amor entre os Povos da Terra! |
Oiça, aqui, as 1620 badaladas do Sino da Paz!
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A
Torre da Paz, ex-líbris incontornável da Benfeita, celebra no
próximo dia 7 de Maio, e mais uma vez, o fim da Guerra na Europa,
a Paz Portuguesa e a participação portuguesa na Primeira Guerra
Mundial, com o toque de 1620 badaladas do seu Sino da Paz.
Neste
ano de 2020 a humanidade atravessa outra calamidade, uma guerra
causada por um estranho e minúsculo inimigo invisível que nem
sequer é considerado um ser vivo, mas tem provocado milhares
de mortos em todo o mundo - um vírus - numa pandemia desgarrada
e sorrateira que não poupa nações.
Não estão previstas quaisquer comemorações públicas na passagem
do 75º aniversário do final da guerra, na Benfeita, na presente
conjuntura de estado de emergência nacional que obriga
ao confinamento geral, em virtude das contingências provocadas
pelo tal vírus.
Assim,
o mecanismo do relógio da Torre fará o seu repique automático
no Sino da Paz, enquanto, em suas casas, as pessoas pensarão
no injusto preço - moral, físico e material - causado pelas
guerras e pedirão a Deus, numa prece, que esta guerra oculta
e sinistra contra o tal vírus termine depressa.

Ao
longo dos seus 75 anos de vida, este modesto monumento histórico,
tem feito ecoar o seu Sino da Paz, único em todo o território
nacional, homenageando o dia em que foi assinada em França a
rendição incondicional nazi que iria fazer terminar a Segunda
Guerra Mundial, na Europa, que durou quase seis anos.
Existem
no mundo vários Sinos da Paz que, embora de tamanhos diferentes
e tocando noutras datas, pretendem também assinalar a vitória
sobre o nazismo e a capitulação da Alemanha, e transmitir a
todos nós a mesma mensagem de Paz e Esperança.
Em
1945, a Benfeita, que já esperava com alguma ansiedade a notícia
da rendição nazi para fazer soar o seu Sino da Paz, especialmente
mandado fundir para esse efeito por subscrição pública, logo
correu a celebrar o acontecimento, embora a sua ratificação
oficial só tivesse ocorrido no dia seguinte, em Berlim, a 8
de Maio.
Portugal,
embora não tivesse participado na Segunda Guerra, tinha ainda
bem presente os horrores da Primeira Guerra Mundial onde morreram
quase 10.000 combatentes portugueses, em África e em França,
calculando-se que tenham falecido em consequência desta guerra
mais de 9 milhões de combatentes, uns devido ao efeito devastador
directo das armas utilizadas, outros, em consequência de armas
químicas que libertavam gases venenosos que o vento espalhava
sobre as cidades ceifando centenas de milhar de vítimas civis,
nomeadamente mulheres, crianças e idosos.
A
actual situação de emergência nacional traça-nos uma imagem
semelhante do ambiente que se viveu na Benfeita, em Portugal,
e no resto do mundo, quando toda a gente ansiava desesperadamente
que alguém dissesse que a guerra tinha acabado para, de novo,
se abrirem as portas das casas e as pessoas pudessem voltar
a circular livremente nas ruas sem medos nem restrições. E isso
aconteceu, finalmente, quando chegou o esperado dia 7 de Maio.
O mundo festejou e na Benfeita soou pela primeira vez o Sino
da Paz português!
Passados
75 anos, a Benfeita volta a esperar por uma notícia libertadora
que lhe traga Paz e Esperança, Tranquilidade e Vida,
Trabalho e Progresso, quando esta epidemia for considerada controlada
e seja decretado o fim da quarentena para de novo vibrar de
felicidade — fazendo-se votos para que este dia ocorra
já no próximo mês de Maio.
Junte-se
a nós, neste apelo universal, para que brevemente chegue
a hora em que seja decretado o fim da quarentena em Portugal
e o desconfinamento gradual e progressivo, com o regresso
à normalidade da vida dos portugueses, tocando uma
badalada (um click) sobre o Sino da Paz, homenageando também
os mortos já causados por este flagelo, em Portugal e no Mundo,
e todas as pessoas que, com risco das próprias vidas, têm
permitido cuidar, proteger e ajudar quem mais precisa.
VIVALDO
QUARESMA
25/04/2020
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