DR. MÁRIO MATHIAS

Dr.Mário MathiasFilho de Leonardo Gonçalves Mathias e de Maria da Assunção Nunes Mathias, o Dr. Mário Mathias nasceu na Benfeita, em 11 de Agosto de 1899.

Casou-se com Margarida Trigo Pacheco e Brito Matias, que viria a falecer a 30 de Março de 1924, com 24 anos de idade, devido a complicações surgidas durante o parto daquele que seria o seu segundo filho. Deixou uma filha de 18 meses de idade, a Maria Amélia de Brito Matias, que se viria a casar com Horácio Frederico Teixeira Parente e lhe daria dois netos, a Maria Margarida Mathias e o José Mário Mathias.

Em 1917, foi director da revista académica "O Mocho", tendo publicado, em 1929, um trabalho sobre o Processo Penal. Formou-se em Direito, na Universidade de Lisboa, em 10 de Julho de 1929. Exerceu a advocacia em Lisboa, com escritório na Rua Nova do Almada, 81.

Casou-se, em segundas núpcias, com Maria Manuela Nunes da Silva Sanches Mathias.

Desempenhou as funções de Secretário Geral no Governo Civil da Horta, Portalegre, Aveiro e Santarém, de onde saiu por ter sido nomeado adjunto do Director Geral de Administração Política e Civil.

Foi condecorado com o grau de Oficial da Ordem do Mérito Industrial e Agrícola e nomeado Inspector-Chefe Administrativo, em 1948.

Deslocava-se frequentemente à Benfeita que tanto amava, vivendo interessadamente os problemas da sua terra. Aqui viria a fixar-se e a merecer a consideração e o respeito de todos.

Sócio da primitiva Liga de Defesa e Engrandecimento da Freguesia da Benfeita, desde a sua fundação, em 1920, veio a ocupar o cargo de Presidente da Assembleia Geral da Liga de Melhoramentos da Freguesia da Benfeita, durante os anos de 1953 a 1965.

Em 1960 exerceu, também, as funções de Presidente da Junta de Freguesia da Benfeita, cargo que viria a desempenhar durante 11 anos.

A ele se deve a instalação do primeiro telefone público entre a Benfeita e Côja, inaugurado em 1939, e a construção da Torre Salazar, actualmente Torre da Paz, para celebrar o fim da guerra, tendo mandado fazer, também, e por subscrição pública, o Sino da Paz, a Manuel Francisco Cousinha & Filhos, de Almada, para ser instalado na mesma torre e que tocou pela primeira vez para anunciar o fim da guerra na Europa, em Maio de 1945.

Placa toponímicaEscreveu "Benfeita-Subsídios para uma monografia", apontamentos especialmente dedicados à Benfeita e à sua gente que publicou no jornal «A Comarca de Arganil», entre Julho de 1938 e Abril de 1946, jornal de que foi um assíduo e dedicado colaborador, durante cerca de 65 anos e onde publicou numerosos artigos, crónicas, estudos e notas, onde se salientam: «A Benfeita na Documentação Medieval», 1960-1961; «A Origem do Culto a Nossa Senhora da Paz», 1965-1966; «O Arrasamento dos Castelos de Côja a Avô», 1967-1968; e «Os Cemitérios da Benfeita», 1969-1970.

Alguns destes, e outros textos, vieram também a público no Boletim Paroquial da Benfeita «O Facho» e estão publicados neste Site.

O Dr.Mário Mathias faleceu em Lisboa, após doença prolongada, em 6 de Junho de 1982, com 82 anos de idade. Conforme era seu desejo, o seu corpo foi transportado para a sua terra natal e sepultado no cemitério da Corga, no jazido de seus pais.

A população da aldeia onde nasceu o Dr. Mário Mathias, homenageou o passado deste ilustre e respeitado cidadão de cultura e prestígio, atribuindo o seu nome à avenida principal da aldeia.

Veja também:

- Subsídios para uma monografia
- A Estrada da Benfeita
- O Telefone na Benfeita
- O Outono de 1918, na Benfeita
- Histórias do "Maneta"
- Os Cemitérios da Benfeita