PARA QUE O HOMEM NÃO ESQUEÇA |
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1ª e a 2ª Guerra Mundial deixaram na memória da humanidade |
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A participação portuguesa na primeira guerra mundial, ao lado das tropas aliadas, foi desastrosa. Em França, o Corpo Expedicionário Português foi quase totalmente dizimado e os sobreviventes foram utilizados como mão-de-obra para cavar trincheiras. Em África (Angola e Moçambique), os alemães nunca perderam qualquer combate, tendo o comandante das tropas invasoras apresentado a sua rendição, só após a capitulação nazi, na Europa. Por tudo isto, esta guerra de má memória marcou severamente o povo português que, cansado de guerra, venerou a figura de Salazar por este ter conseguido manter uma posição de neutralidade no segundo conflito deflagrado em 1939. Os benfeitenses não ficaram insensíveis aos movimentos de apoio à política de Salazar que se faziam sentir por todo o país e resolveram construir no adro da capela de Santa Rita, uma torre que ostentaria o seu nome, destinada a celebrar o tão desejado fim da guerra. Nela seria colocada uma cúpula em granito e um sino especial, em bronze, que tocaria pela primeira vez, quando cessassem as hostilidades na Europa, o que viria a acontecer em Maio de 1945. Alfredo Nunes dos Santos Oliveira, com 50 anos de idade era, então, o presidente da Junta de Freguesia da Benfeita já há 12 anos e, como antigo combatente da G.I.A.P. em França, em 1916, conhecia bem o significado deste modesto monumento comemorativo, tendo-se integrado na sua construção e angariação de fundos, com todo o empenho e dedicação.
Assim, todos os anos, a Benfeita comemora esta efeméride, a 7 de Maio (data da rendição formal da Alemanha, na Europa, em 1945) fazendo soar, bem alto, o sino da Torre Salazar, ou Torre da Paz, como passou a ser conhecida, depois do 25 de Abril. O relógio da Torre tem um dispositivo automático que lhe permite repicar festivamente o Sino da Paz, durante cerca de 2 horas, com 1620 badaladas, evocando os 54 meses que durou a Primeira Guerra Mundial (Junho/1914 - Novembro/1918), uma por cada dia de guerra, onde bravos benfeitenses lutaram em África e em França e onde milhares de portugueses perderam a vida, na data em que se comemora o fim da guerra na Europa, altura em que todos nós rogamos a Deus, nas nossas preces, para que os homens não se esqueçam dos horrores desta guerra e a paz se vá mantendo entre nós.
O Sino da Paz, colocado na ventana Norte da Torre da Paz, bem de frente para a povoação, pesa cerca de 80 quilos e foi mandado fazer, em 1945, em Almada, pelo Dr. Mário Mathias, conhecido advogado benfeitense, na fundição de Manuel Francisco Cousinha (de Sobral Magro, amigo da terra e também ele ex-combatente), data desde a qual, com a ajuda do "ti'Mina" cumpriu, pontualmente, o papel para que foi concebido: "comemorar a paz portuguesa e homenagear o Chefe do Govêrno e a sua clarividente e quasi milagrosa política internacional, que preservou a nossa pátria dos horrores da guerra."
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