Elísio
Ramos de Figueiredo nasceu na Benfeita, em 25/11/1894. Filho
de Acácio Ramos de Figueiredo, segundo sargento da Guarda Fiscal, natural
de Figueiró da Granja, Fornos de Algodres e de Maria da Ressurreição,
doméstica, natural da Benfeita, era neto paterno de António de Figueiredo
e de Joaquina Ramos de Azevedo e materno de José Joaquim da Fonseca
e de Maria Trindade.
Era irmão de:
Adelina da Fonseca Figueiredo Freitas Simões, Alice Ramos de Figueiredo
e Afonso Ramos de Figueiredo, funcionário superior do Banco de
Angola.
Foi baptizado na Igreja de Santa Cecília, em 25/03/1895, pelo padre
Alfredo Nunes d’Oliveira tendo sido seus padrinhos José Joaquim da Fonseca
e Laura Rosa da Fonseca.
Fez os seus estudos primários na Escola da Benfeita e em Coimbra,
tendo concluído o curso secundário no Liceu de Francisco
Rodrigues Lobo, em Leiria, cidade onde residia quando foi à inspecção
militar, em 13/01/1915.
Fez parte do C.E.P. (Corpo Expedicionário Português) tendo combatido
em França na Primeira
Guerra Mundial, incorporado no Batalhão de Infantaria 7, onde foi
2º sargento miliciano.
Foi para Moçambique
com 26 anos de idade, com a alma cheia de esperança e o coração
a abarrotar de lindos sonhos, tendo aí permanecido durante 32
anos e ocupado diversos cargos como: guarda livros e gerente do Banco
Colonial Português; gerente comercial da firma João Ferreira dos Santos,
no Ibo; chefe de posto, secretário de circunscrição e administrador
em Nangade, Pundanhar e Mecúfi e chefe de secretaria da repartição de
gabinete do Governador Geral de Moçambique, em Lourenço Marques.
Dotado das melhores qualidades de carácter, Elísio Ramos de Figueiredo
foi administrador de circunscrição em Moçambique, durante muitos anos,
cargo em cujo exercício conquistou o respeito e a admiração de europeus
e africanos, sendo louvado e homenageado por várias vezes pelos altos
serviços prestados.
Casou com Maria
Gabriela Neves e Sousa Ribeiro de Melo Figueiredo, em Côja, em 17/04/1929.
Durante a sua
permanência em Moçambique, sempre demonstrou um grande
carinho pela sua terra, tendo participado em vários peditórios
para angariação de fundos para melhoramentos, sempre contribuindo
generosamente e sendo sempre bem recebido com muita estima e simpatia
quando a Portugal vinha em gozo de licença graciosa.
Regressou
definitivamente às suas origens, em Maio de 1952, com 57 anos de idade,
tendo fixado residência com a sua esposa, na margem direita do Rio Alva,
na histórica vila de Côja, tendo-lhe sido passada a aposentação,
pelo Ministério das Colónias, no ano seguinte.
Elísio
Ramos de Figueiredo faleceu em 28 de Fevereiro de 1972, com 77 anos
de idade. O extinto estivera internado no Hospital do Ultramar, em Lisboa,
mas de nada lhe valeram os recursos da medicina, incapazes de debelar
a sua grave enfermidade. Regressando à sua linda casa de Santa
Clara, em Côja, ali veio a falecer, tendo sido sepultado no dia
seguinte no cemitério desta vila.
O seu funeral constituiu uma grande manifestação de pesar
por parte dos seus familiares e amigos, nele se tendo incorporado, além
de muito povo, muitas representações de organismos cojenses
e algumas individualidades.
Sua esposa
viria a falecer, alguns meses depois, em 03/12/1972, com 66 anos de
idade.
O Site
da Benfeita relembra e homenageia o nome deste ilustre benfeitense
que, juntamente com muitos outros, dignificaram o nome do seu país
na tristemente memorável Primeira Guerra Mundial, em França, e que,
depois, quiseram enfrentar desassombradamente os perigos africanos com
sentido patriótico, no norte de Moçambique, dedicando parte da sua vida
ao bem-estar das populações nativas.
VIVALDO QUARESMA
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Ao deixar de exercer funções públicas,
o Boletim Oficial da Província do Niassa
publicou o seguinte louvor:
Entra em breve de licença graciosa
o secretário de circunscrição
Elísio Ramos de Figueiredo, que durante
cerca de três anos exerceu as funções
de administrador do concelho de Moçambique.
No desempenho deste cargo revelou sempre o
dito funcionário um alto sentido dos seus
deveres profissionais e nacionais, inexcedível
lealdade, competência e dedicação
pelo serviço e as melhores qualidades de
carácter e de aprumo moral, prestando ao
Governo, em emergências por vezes difíceis,
serviços que se podem considerar relevantes
e extraordinários, o que o torna merecedor
de que lhe seja prestado público reconhecimento.
Nestes termos;
No uso da faculdade que me confere o n° 12º
do artigo 25º da Reforma Administrativa Ultramarina:
Louvo o secretário de circunscrição
Elísio Ramos de Figueiredo pela inexcedível
lealdade, dedicação, senso prático,
patriotismo e muita competência com que
desempenhou, durante cerca de três anos,
as funções de administrador do concelho
de Moçambique, durante as quais prestou,
em circunstâncias por vezes difíceis,
serviços que se podem considerar relevantes
e extraordinários.
Governo da Província do Niassa, em
Nampula, 31 de Março de 1952.
O Governador,
António Jacinto Magro
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