Guilhermina
foi o primeiro grande amor na vida de Simões Dias. Bela, formosa,
inteligente e pura, desde cedo conquistou o coração
do poeta, sensível como era à beleza feminina.
Conheceram-se em Coimbra, onde ela
nasceu e onde a sua mãe, Dª Delfina de Jesus, tinha um
botequim frequentado por estudantes universitários e pessoas
importantes. Foi aí que Simões Dias conheceu a mãe
e as filhas e a forma recatada como as mantinha educadas com distinção
e desvelo.
Assento de Baptismo / Nascimento:
Guilhermina, 27/11/1844
No dia oito de Dezembro de mil oitocentos e quarenta e quatro
baptizei solenemente e pus os Santos Óleos a Guilhermina nascida
no dia vinte e sete de Novembro próximo passado filha de José
Luiz Lourenço e Delfina Rosa de Jesus, ele natural de Ançã e
ela de Paradela, residentes nesta Cidade e Freguesia, neta paterna
de José Gomes e Rosa Joaquina, naturais da vila de Ançã e materna
de Manuel Joaquim Soares e de Mariana Tereza de Jesus, naturais
de Paradela. Foram padrinhos Joaquim Pereira Monteiro Pinto
de Carvalho, Estudante da Universidade, e Quitéria de Oliveira
Jordão pela qual tocou com procuração sua Joaquim José Ferreira,
Estudante da Universidade, do que tudo para constar fiz este
acento ut supra.
O Prior Jacob de Castro Mendes de Carvalho
(Livro de Registo de Baptismos - São Salvador - 1818 / 1855,
Página 87) Nota: A extinta Paróquia de São Salvador,
Coimbra, foi anexada à Paróquia da Sé Nova,
em 1854.
Guilhermina era uma irresistível
inspiração, uma musa encarnada num vulto transbordante
de formusura e mocidade, na figura esbelta e sedutora de uma mulher,
que era o seu maior estímulo e o ardente amor da sua alma apaixonada
e poeticamente sonhadora.
Durante vários anos foi alimentando
um amor platónico pelas virtudes da sua adorada musa, a quem
dedicou vários poemas, embora os seus parentes desejassem vê-lo
seguir a vida eclesiástica.
Durante as férias, a academia
ficava quase deserta de estudantes, razão pela qual alguns
estabelecimentos de comidas e bebidas encerravam durante esse período.
Era o caso da sua amada que ia com toda a família para a Figueira
da Foz, onde tinham uma casa e exploravam outro estabelecimento na
época balnear.
Nas férias de 1866, Simões Dias, resolveu perder a timidez
e ir a banhos para a Figueira, depois dos pais de Guilhermina lhe
terem garantido hospedagem para a sua estadia. Durante este curto
e inesquecível período de tempo os laços entre
os dois foram-se robustecendo; mas, a sua presença foi reclamada
pelos seus pais que o queriam, então jovem de 22 anos, na Benfeita,
pelo que, repentinamente, o seu idílio amoroso teve de ser
interrompido. Na retirada, Simões Dias dedicou estes versos
à sua bem amada Guilhermina:
ADEUS
É forçoso partir e só Deus
sabe
Quanta amargura em tão cruel momento!
Nem se imagina como em peito cabe,
Com tanto amor, tamanho sofrimento!
Hei-de contá-lo aos céus de alheia
terra,
Hei-de dizê-lo à Lua, quando passe
No viso melancólico da serra,
Ansioso por beijar-te a nívea face.
E, quando à noite o céu todo estrelado
No azul estenda o luminoso manto,
Hei-de lembrar-me de outro céu doirado,
O céu do teu olhar cheio de encanto!
Depois, no rasto que deixar no espaço
Cada estrela cadente, em noite calma,
Hei-de mandar-te num estreito abraço
As saudades sem fim, que me vão n'alma!
Quando eu andar mais triste irei sentar-me
No cume do alto cerro, ao fim do dia,
Só para ver se à força de enganar-me,
Posso enganar a própria fantasia!
Mas que triste consolo! Adeus! Comigo
Vai combatendo a sorte que me cabe!
As saudades que levo não tas digo;
Penas que n'alma vão, só Deus as sabe!
Este, e outros poemas dedicados à
sua musa inspiradora, encontram-se publicados no seu livro de ouro
"Peninsulares".
No ano seguinte, Simões Dias
e Guilhermina da Conceição ficaram noivos e, em 1868,
ano em que terminava a sua formatura, quando era entusiasticamente
solicitado pelos seus professores para que se doutorasse e fizesse
parte do corpo docente da Universidade, prefere concorrer a uma cadeira
de professor na cidade de Elvas para aí poder ir viver em paz
e liberdade com o seu casto amor.
Antecipando que iria conseguir obter
o posto a que havia concorrido, devido ao brilhantismo com que decorreram
as suas provas, apesar do grande número de concorrentes, e
desejando ardentemente ir viver com a sua amada para longe da pressão
que lhe era exercida por todos os seus parentes, com reparos e recriminações,
casou sem o seu conhecimento e partiu, no mesmo dia, para Elvas, acompanhado
por sua esposa, indo viver para uma casa alugada na rua da Feira,
nº12, na freguesia de Santa Sé.
Até ao dia em que saiu a sua
nomeação oficial de professor, em 30/11/1868, Simões
Dias teve de dar aulas particulares para prover sustento para a sua
recém formada família.
Assento de Casamento:
José Simões Dias e Guilhermina da Conceição, 03/09/1868
Aos três dias do mês de Setembro do ano de mil oitocentos e
sessenta e oito nesta Igreja Paroquial da Sé Catedral de Coimbra
tendo procedido às devidas preparações religiosas compareceram
na minha presença os nubentes José Simões Dias e Guilhermina
da Conceição munidos com uma Provisão do Excelentíssimo Governador
deste Bispado, contendo Dispensa de Proclamas e licença de recebimento
deles, e sem impedimento algum Canónico ou Civil para este casamento,
sendo ele de idade de vinte e quatro anos, solteiro, natural
de Benfeita deste Bispado, filho legítimo de António Simões
e de Maria do Rosário Gonçalves, e ela também de vinte e quatro
anos de idade, solteira, natural de Coimbra, filha legítima
de José Luís Lourenço e de Delfina Rosa de Jesus, ambos os nubentes
deste Bispado e paroquianos, ele da freguesia de São Cristóvão,
ela desta freguesia da Sé Catedral, tudo conforme declarado
na dita licença, os quais referidos José Simões Dias e Guilhermina
da Conceição se receberam por marido e mulher, e os uni em matrimónio
com a benção do anel nupcial, e em seguida lhes lancei as bençãos
matrimoniais, procedendo em todo este acto conforme o rito da
Santa Madre Igreja Católica Apostólica Romana. Foram padrinhos
as testemunhas presentes José Galvão Peixoto Lobato, natural
da Carapinheira, telegrafista, representando o Exmº Miguel António
de Sousa Horta, bacharel formado em Direito e residente em Coimbra
e Dona Albertina Augusta Caldeira Galvão, natural de Figueira,
representando também a Exmª Dona Maria da Glória Costa Sousa
Albuquerque, residente em Coimbra. E para constar lavrei em
duplicado este assento que depois de lido e conferido perante
os cônjuges e testemunhas, os quais todos sei serem os próprios
com todos eles assinei. Era ut supra.
O Pároco: Ignácio de Carvalho Freitas Jr.
José Simões Dias
Guilhermina da Conceição
José Galvão Peixoto Lobato
Albertina Augusta Caldeira Galvão
Francisco António do Rego - testemunha
(Livro Casamentos, 1851-1868, Paróquia de Sé Nova, Página
74)
No ano seguinte, porém, com pouco mais de sete
meses de casados, Guilhermina secumbia na melhor quadra da sua vida,
com 24 anos de idade, flor tão modesta como formosa, vítima
do vírus da varíola, doença infecciosa fatal
para a qual já havia vacina, na altura, mas que só seria
erradicada em 1980.
Deixamos, aqui, alguns apontamentos
colhidos em Elvas, seu local de padecimento e morte, reveladores do
muito amor que o poeta lhe dedicava e do muito carinho e amizade dos
seus amigos.
Assento de óbito:
SANTA SÉ D'ELVAS - 1869 - Nº 32 - D.Guilhermina
Aos quatorze dias do mês de Abril do ano de mil oitocentos
e sessenta e nove, às cinco horas da tarde na casa número doze
da rua da Feira desta freguesia da Santa Sé de Elvas, faleceu,
tendo recebido os Sacramentos da Santa Madre Igreja um indivíduo
do sexo feminino, por nome Dona Guilhermina da Conceição Simões,
de idade de vinte e quatro anos, natural de Coimbra, de estado
casada com o Doutor José Simões Dias, moradora na casa supradicta,
filha legítima de José Luís Lourenço e de Delfina Rosa de Jesus,
não fez testamento, nem deixou filhos, foi sepultada no Cemitério
público. E para constar lavrei em duplicado este assento, que
assino. Era ut supra.
Nesta sepultura se acha o cadáver de Dª Guilhermina da Conceição
Simões, natural de Coimbra, idade 24 anos, estado Casada, moradora
na Rua da Feira, nº 12, Freguesia da Sé. Faleceu de moléstia
denominada Varíola grave.
O Guarda Fiscal do Cemitério: José Maria Lopes
PEDIDO
Se um dia te lembrares de quem vive
No céu quem já morreu por ti de amores,
Vem desfolhar na minha campa as flores
Que tantas para ti no mundo tive!
Mas se acaso do tempo que passou
Nenhuma vã lembrança te ficar,
Não venhas meu sepúlcro interrogar...
Deixa dormir quem já por ti velou!
Jornal "A DEMOCRACIA PACÍFICA"
Nº 112, de 19 de Abril de 1869
Pág.1 - Nota da Redacção
Uma existência preciosa acaba de sumir-se na voragem da morte!
Uma vida em flor acaba de ser segada pelos decretos eternos
da Providência! A exmª srª D.Guilhermina da Conceição Simões,
o anjo que desvelava a existência em tornar menos triste a vida
do nosso particular amigo José Simões Dias, acaba de desprender-se
do invólucro que a prendia à terra!
Nem carinhos de esposo, nem mimos de mãe, nem desvelos de médicos,
nem dedicação de amigos, nem preces de todos conseguiram do
Eterno prolongar uma existência de vinte e quatro anos, tão
santa de virtudes, quão rica de resignação e fortaleza!
Parte-se-nos a alma ao recordar tão prematuro finamento e treme-nos
a pena entre dedos ao traçar estas linhas! Há dores intensas
que, quanto mais se abrigam no imo do peito, mais profundamente
laceram o coração do que as sofre; há porém, outras que, quanto
mais se desafogam, mais se concentram e doem. Não será fácil
a explicação deste fenómeno, mas ninguém duvidará da realidade
da sua existência. A natureza humana, embora sintetise o sofrimento
e a dor, embora condenada à morte, não se familiarizará jamais
com o seu destino nem receberá nunca de rosto sereno as leis
fatais da providência. E contudo, quem dirá ao grão de areia
que resista à corrente impetuosa do oceano sem lmites? Se é
imprescriptivel, necessário e fatal o destino do homem, para
que opôr-lhe essa repugnância que se transluz em toda a humanidade
e que torna a vida duplicadamente penosa e triste? Ai! É porque
além da morte, a inteligência humana apenas vislumbra o incógnito,
o misterioso, o infinito, que só Deus conhece, penetra e compreende!
Mas não haverá no homem ao perder um ente adorado e santo,
alguma coisa que lhe fale doutra vida, onde a virtude tenha
seu prémio, o vício seu castigo? Há certamente, e isso que fala
ao homem é uma influição celeste, uma fé racional. Deus não
poderia nivelar o vício com a virtude no termo da vida, quando,
durante ela, concedeu ao homem, apesar da limitação do seu intelecto,
uma propensão natural para estimar o bem e aborrecer o mal.
Se, pois, há outra vida, se lá existem bons e maus, para onde
voaria o espírito, que rompendo o cárcere da matéria, desapareceu
a nossos olhos?
Os anjos circundam o trono de Deus e é aí que ele deve de estar
respendente de luz, implorando do Eterno caridade para os seus
e para todos. Quem praticava esta virtude na terra, não pode
esquecê-la no céu. Modifiquemos, pois, a nossa dor; não choremos
a partida da esposa do nosso amigo; lamentemos apenas que fosse
tão arrebatada que não pudesse continuar a inspirar-nos a virtude
com o exercício de suas virtudes.
Pág.3 - Falecimento
Faleceu no dia 14 do corrente, pelas 4 1/2 horas da tarde,
a exmª srª D. Guilhermina da Conceição Simões, esposa do nosso
estimável amigo José Simões Dias. Depois de vinte dias duma
aflitiva e complicada enfermidade, quando já a medicina a julgava
livre de perigo, sobreveio-lhe uma pneumonia a que não pôde
resistir. Sentimos profundamente este acontecimento e daqui
enviamos os nossos sentidos pêsames a sua exmª família.
Pág.3 - Ofícios fúnebres
No dia 15, pelas 4 horas da tarde, dispensaram-se as derradeiras
homenagens à exmª srª D.Guilhermina, na Sé Catedral desta cidade.
Honraram esta solenidade fúnebre cento e tantas pessoas das
classes mais distintas desta cidade, e pegaram depois às argolas
do caixão os exmos. srs. drs. Sanches, Costa, Pousão, Ripado,
Mata Pacheco, e exmo. sr. Santa Clara, Presidente da Câmara.
Acompanharam o cadáver até ao cemitério algumas carruagens,
indo na primeira o exmo. sr. juiz de direito, a quem coube fechar
o caixão, e nas outras alguns amigos e afeiçoados do sr. dr.
Simões Dias.
Pág.3 - Agradecimento
JOSÉ SIMÕES DIAS agradece a todas as pessoas desta
cidade, não só o interesse que tomaram pela saúde de sua querida
esposa, durante a enfermidade a que sucumbiu, como a todas que
lhe despensaram a honra de assistir às derradeiras homenagens
que lhe foram prestadas. Igual agradecimento dirige aos srs.
drs. Fino e Namorado, especialmente ao primeiro, que fez quanto
humanamente se podia fazer, para salvar minha esposa das garras
da morte. Tantas provas de amizade e simpatia, tanta dedicação
por um homem quase desconhecido nesta terra, são motivos bastante
imperativos para não ser ingrato.
Simões Dias recebe um grande número
de gestos de simpatia e afecto dos seus amigos mais próximos,
expressando as condolências pela morte da sua amada e jovem
esposa.
A J.Simões Dias,
NO TRANSE DERRADEIRO DE SUA PREZADÍSSIMA ESPOSA
Caríssimo amigo
Uma notícia fatal, inesperada, veio, nestes últimos dias, transtornar
o curso ordinário de minha existência, arrancar-me lágrimas,
e provocar-me saudades.
Tua mulher, a quem eu professava um afecto sincero, acudiu
à vocação de Deus, que a destinguira sempre, e tu, pobre moço
de 25 primaveras, aí estás chorando, viúvo como a rola, na soledade
e na dor!
O mesmo anjo, que te afinara a lira de oiro para cantares,
estalou-te as cordas, e emudeceu. D.Guilhermina da Conceição
foi meteoro rápido que te alumiou, um momento, na esteira da
glória e desapareceu: visão angélica que te doirou os horizontes
da vida e fugiu: sonho encantado do teu amor, que te inspirou
cantos formosos, te instigou a glória, te despertou o sentimento
da arte, e desvaneceu-se!
Inteligência elevada, semblante formoso, graças de espírito,
pureza de alma, sentimentos de acrisolado amor, tudo fugiu!
Parte baixou ao sepúlcro para ser corroído pelos vermes do torrão;
parte, porém, subiu aos céus, por que ocupasse o primeiro lugar.
Não se desvaneceu, contudo, a idolatria e as memórias desse
infeliz amor. Em ti é perdurável, nela imortal, segundo Goëthe:
está-te contemplando dos céus, sorridente de pureza, e abraçar-te-á
um dia e vivereis eternamente.
Sobre a égide de seu carinho imenso, sob a tutela de seu amor
desenvolveu-se o teu génio e robusteceu-se o teu espírito: e
agora o génio desvaira, porque a dor é acerba; o espírito enfraquece
porque a mágoa é superior? Não deve ser; porque os homens do
teu talento olham com grandeza de ânimo a adversidade, e resignam-se
ante os decretos da Providência que experimenta a paciência
de seus servos.
Embora não tenhas para o futuro onde repousar a fronte queimada
pelos sonhos de ambição que se não realizaram; há, todavia,
no quadrante da cruz, mansão para aflitos, oásis no deserto
de tuas esperanças decaídas, urna para as cinzas de tuas ilusões
provadas.
Aquele amor pronto à abnegação e ao sacrifício, deve encontrar
em ti um sentimento que, mesmo no transvio de tua dor, facilmente
adivinharás.
Desculpa as palavras com que vou importunar a tua dor; mas
crê que são filhas da muita amizade, que o meu coração te professa:
aquinhoo de teus pesares e ofereço-te as minhas lágrimas sentidas
para os minorares. Recolhe-as, que são sinceras como o sentimento
que as gera.
Recebe um apertadíssimo abraço do
Teu íntimo e verdadeiro amigo
L.A.Gomes Freire (in: Democracia Pacífica, nº113, de 6 de Maio
de 1869)
Transido de dor na sua infausta viuvez, Simões
Dias, resolveu sair de Elvas tendo deliberado transferir a sua residência
para Lisboa, onde obtivera, por concurso, um modesto emprego na Secretaria
de Estado da Justiça. Ainda se manteve em Elvas até
Agosto de 1870, mas é de Lisboa que se despede dos seus amigos
através do jornal "A Democracia":
Despedida e agradecimento:
J.Simões Dias, residente em Lisboa, não
podendo voltar a Elvas, como tencionava, a despedir-se dos seus amigos
e agradecer-lhes as muitíssimas atenções com
que o honraram por espaço de dois anos, serve-se deste meio
para significar a todos o seu reconhecimento e o desejo que tem de
lhes ser útil em Lisboa, assegurando-lhes que em qualquer situação
particular ou pública de sua vida saberá mostrar-lhes
a sua eterna gratidão.
Lisboa, 4 de Setembro de 1870
J.Simões Dias
No ano seguinte, Simões Dias, vai leccionar para o Liceu Nacional
de Viseu, cidade onde conheceu e casou, em segundas núpcias,
em 26/09/1872, com Maria Henriqueta de Albuquerque Lemos e Meneses,
ele com 28 anos de idade, ela com 22, tendo nascido deste enlace uma
filha, Judith de Meneses Simões Dias, em 13/07/1873. Os restos
mortais de Guilhermina da Conceição Simões
continuaram sepultados no cemitério municipal da cidade de
Elvas.