
SITE DA BENFEITA - 25/10/2017
Outubro negro na Benfeita!
A
Benfeita encontra-se desolada! O mês de Outubro
entrou quente com temperaturas elevadas a rondar
os 35ºC e todo o país teve a oportunidade
de viver um prolongamento extraordinário
do Verão. O mal foram os fogos, intensos
e mal explicados, que durante a primeira quinzena
eclodiram um pouco por todo o lado, com especial
incidência na zona interior do país.
Os fogos que começaram
no quente e radioso dia "15 de Outubro",
que se transformaria num domingo trágico em todo
o país, deixaram a região negra e destruída. Todo
o concelho sofreu uma grande devastação, tendo ardido
cerca de 25.000 hectares de área florestada e tendo-se
registado a perda de 4 vidas humanas e muitas cabeças
de gado.
A Benfeita começou
a ser invadida pelos primeiros focos de incêndio
a 15 e ficou cercada pelo fogo. A 16 já havia
ardido uma imensa área circundante onde se
incluía pinhal, mato, árvores de fruto,
culturas, abrigos de animais, palheiras e algumas
casas de pedra que foram atingidas e ficaram totalmente
destruídas, no meio do mato. Não se verificaram
perdas de vidas humanas na freguesia, mas a população
passou por momentos de grande angústia e
desespero, tanto, e principalmente, pela ausência
completa de bombeiros nas imediações,
como pela falta de comunicações, quer
da rede fixa quer da rede móvel, e não
haver qualquer posto de rádio instalado na
aldeia para se poder comunicar com a GNR, com os
Bombeiros ou com a Protecção Civil.
Felizmente as chuvas
vieram a 17 o que trouxe um pouco de descanso e
mais tranquilidade a toda a população
da Benfeita, uma vez que os bombeiros não
vieram cá fazer qualquer tipo de intervenção
e coube à população e à
Junta de Freguesia enfrentarem sozinhos, e com poucos
meios, o fogo devastador.
Lamentável, também,
é a situação em que se encontram alguns imigrantes
estrangeiros, residentes na nossa freguesia que,
por terem optado em viver na natureza, no meio do
mato, ficaram sem parte dos seus haveres ou, mesmo,
com tudo completamente destruído pelas chamas.
A vida ao natural pode ser muito atractiva, para
alguns, mas, se não forem tomados os cuidados necessários,
tudo pode acabar em tragédia, principalmente quando
os apoios tardam ou não chegam (porque são
insuficientes e não aparecem).
Existe uma lei que
obriga os proprietários à limpeza dos terrenos,
com desmatação e corte de árvores até 50 metros
ao redor das suas residências, sendo o seu incumprimento
passível de aplicação de coima que pode ir até 5.000
euros; mas, muita gente não cumpre esta lei, ou
por desconhecimento ou por falta de posses, ou,
simplesmente, por gostar de viver no meio do arvoredo,
e a Junta de Freguesia não tem competência
para fazer cumpri-la, limitando-se a afixar nas
suas instalações o aviso da GNR, em português,
que informa a obrigação de limpeza até 15 de Abril
de cada ano, dando assim por concluída a sua obrigação.
Do resto, compete à GNR patrulhar, vigiar,
aconselhar e multar, se e quando for caso disso!
Na verdade as Juntas
de Freguesia não são ouvidas nem achadas quando
um qualquer cidadão estrangeiro, ao abrigo da liberdade
de circulação, nesta Europa de Deus (e de Schengen)
sem fronteiras nem barreiras, compra uma palheira
no meio do mato e lá resolve fazer a sua residência
permanente. Portanto, e como não compete
à Junta de Freguesia passar licenças
de habitação ou autorizações
de residência, em palheiras, abrigos de animais,
barracas ou tendas, se calhar, a culpa vem mais
de cima!
Mas, porque será
que "eles" inventaram esta lei? Depois, quando tudo
arde, a culpa é "deles", dos políticos, dos bombeiros,
da protecção civil, etc… — e os pobres desgraçados,
até se matam (às vezes), no meio do fumo
e do fogo, para salvar gente, casas e os bens da
população!
Quem anda de carro nas ruas tem de cumprir o código
da estrada, quem vive no campo deveria cumprir o
"código do campo", ou seja… (por favor, veja o desenho
que vale mais do que mil palavras).

Mas, se desta vez,
Deus protegeu a Benfeita de um mal que poderia ter
sido muito maior e pior, ainda assim as pessoas
desta terra ficaram traumatizadas para o resto de
suas vidas devido aos momentos de intenso terror
que viveram, vendo a sua terra rodeada de chamas
pelas cumeadas em redor e um vento feroz que as
empurrava ladeiras abaixo em direcção ao povoado
consumindo tudo no seu caminho a uma velocidade
verdadeiramente infernal.
A solidariedade humana
já se fez sentir na freguesia onde a Junta
de Freguesia, a Liga de Melhoramentos e o Centro
Social, da Benfeita, já começaram a receber e a
distribuir nas suas instalações os donativos em
géneros alimentícios, vestuário e rações para animais
que encheram as suas salas e onde se registou uma
grande afluência de pessoas carenciadas, nomeadamente
estrangeiros residentes, que sentiram desta forma
a generosidade portuguesa que os recebe e acarinha
sem distinção de nacionalidades, credos ou língua,
e os convida à inclusão.
Bem-hajam as almas
caridosas que quiseram alimentar e vestir os que
estavam mais expostos e tudo perderam. As árvores
e o mato voltam a crescer! Mais importante, agora,
na nossa freguesia, é compreender, apoiar
e encorajar os que perderam as suas casas e viram
os seus bens destruídos por este fogo assassino
e ainda não explicado.
VIVALDO QUARESMA
Veja aqui o que, sobre
o assunto, escrevemos em 2009, em "Regresso
às cavernas"!
SITE DA BENFEITA - 14/10/2017
Benfeita tem novo pároco!
Nascido
a 22/02/1989, Daniel Alexandre dos Santos Rodrigues,
natural de Nogueira do Cravo (Oliveira do Hospital),
é o novo pároco da Benfeita, desde
o dia 8 deste mês, substituindo o Padre Rodolfo
Leite que, por nomeação do Bispo de
Coimbra, D.Virgílio do Nascimento Antunes,
foi exercer as mesmas funções no Concelho
da Mealhada, nas paróquias de: Casal Comba,
Mealhada, Vacariça e Ventosa do Bairro.
Tendo sido ordenado diácono
em 25 de Junho de 2017 e celebrado a sua primeira
missa como pároco em 23 de Julho de 2017
na sua terra natal, o recém-ordenado Padre
Daniel Rodrigues irá exercer as suas funções
de pároco em 11 paróquias: Anceriz
(São Bento), Barril de Alva (São Simão),
Benfeita (Santa Cecília), Cepos (São
Sebastião), Cerdeira (Santo António),
Côja (São Miguel), Moura da Serra (Divino
Espírito Santo), Piódão (Nossa
Senhora da Conceição), Pomares (Santa
Luzia), Teixeira (Santa Isabel) e Vila Cova de Alva
(Natividade de Nossa Senhora) e irá assumir
a presidência da direcção do
Centro Social Paroquial de Côja e do Centro
Social Paroquial da Benfeita.
Ao jovem Padre Daniel, de 28 anos
de idade, desejamos as maiores felicidades nesta
que, sendo a sua primeira missão, não
será por certo uma fácil prestação
pastoral!
Ao Padre Rodolfo Leite, que durante
cinco anos tivemos a graça da sua presença
no nosso meio, o nosso agradecimento e os nossos
votos de que seja tão bem recebido e bem
sucedido nesta sua nova missão na Mealhada
como o foi na Benfeita e que continue levando paz,
luz, conforto e esperança ao coração
dos seus novos paroquianos. Estaremos desejando
e apoiando o seu sucesso!
VIVALDO QUARESMA
CARTA ABERTA AO NOVO PRIOR
DE COJA
Querido Padre Daniel, com a tua concordância,
quero dirigir-te algumas palavras, publicamente,
na véspera do início da tua vida como Pároco.
Conheci-te em 2001, quando comecei a paroquiar
Nogueira do Cravo, a tua terra natal. Falavas
pouco, mas comunicavas muito com a bondade
que transparecia sempre que estavas presente.
Tenho na memória o facto de algumas vezes
te ver sentado a tomar conta do rebanho dos
teus pais, acompanhado pelos livros da escola,
aproveitando o tempo para estudar, sem deixares
de cuidar atentamente das ovelhas!
Acompanhei sempre o teu percurso, na distância
que é necessária para não atrapalhar a acção
de Deus, no teu crescimento e na tua vocação.
Hoje és padre! És um padre feliz.
É com alegria e rendido aos misteriosos
desígnios de Deus que te vejo ir paroquiar
as comunidades que, até agora, servi.
Como que vejo de novo aquela imagem marcante
do passado…! Agora, a tomares conta do rebanho,
nesse campo enorme que é a «serra», como pastor
atento e zeloso, sem deixares de te alimentar
com a sabedoria humana e divina, que o estudo
te dá.
Querido amigo padre Daniel, sei que vais
ser um bom pastor!
Sei que deixarás que Deus use o teu bondoso
coração, para fazer dele um instrumento de
consolo para tanta angústia, um bálsamo para
tanto cansaço e de paz para tanta tensão que
encontrarás, nas vidas e nas histórias dos
que agora vais servir.
Sei que serás sábio e «lutarás» sempre pelo
bem e pela verdade, em todas as circunstâncias,
pois a «coerência de e na vida» aconchegou-te
logo no berço.
Sei, sobretudo, que a tua fé, a tua bondade,
a tua inteligência e a tua humildade, serão
sempre mais valiosas que as seguranças e as
certezas que a experiência dos anos pode dar.
Sei, por fim, que o Senhor fará de ti e por
meio de ti coisas maravilhosas que só os corações
dos que amam e vivem a fé poderão constatar.
Querido amigo, uno-me a ti, em comunhão
profunda, na certeza da verdade que transformou
e transforma as nossas vidas: Deus ama-nos
sempre!
Padre Rodolfo Leite
07/10/2017
in: FACEBOOK
|
SITE DA BENFEITA - 16/06/2017
Cemitério de "cara lavada"!
O cemitério
público da Benfeita, mais conhecido por "Cemitério
da Corga", apresenta-se agora com as paredes
limpas e pintadas, após alguns anos de aparente
abandono e desleixo, motivado pelo "mal das
verbas curtas".
Foi construído em 1894 e
ampliado em 1911, no local onde hoje se encontra
o patamar central. Em 1931 e em 1939 foi-lhe acrescentado
e ampliado o piso inferior e, em 1999, foi inaugurado
o piso superior, ficando, desde então, com
a forma actual.
As datas constantes nos portões de ferro,
"1900" (primeiro piso) e "1933"
(segundo piso) correspondem aos anos em que os mesmos
foram construídos, sendo que o primeiro,
passou de cima para baixo, depois do acréscimo
do piso inferior.
O primeiro cemitério público
de toda a freguesia, conhecido por "Cemitério
do Adro", foi construído em 1836 e estava
localizado no recinto em volta da igreja paroquial
e nele se enterraram os nossos mortos durante cerca
de 60 anos. Com a inauguração do "Cemitério
da Corga", o antigo foi encerrado tendo-se
feito as necessárias trasladações
para o novo e regularizado o adro da igreja que
ficou mais limpo e agradável. No entanto,
parte do antigo cemitério, então transformado
e utilizado como jardim, voltaria a ser utilizado,
provisoriamente, para receber as vítimas
da gripe pneumónica, em 1918, devido à
grande mortandade que causou na freguesia e ao facto
do "Cemitério da Corga" já
estar repleto e o enterramento ter de ser feito
logo a seguir ao falecimento por ordem das autoridades
sanitárias.
O "Cemitério do Adro"
foi encerrado definitivamente em Agosto de 1941,
quando já se encontrava em grande estado
de degradação, atulhado de terras
e outros despejos e servindo para pasto para o gado,
depois de se proceder com toda a solenidade e respeito
à remoção das ossadas, para
o "Cemitério da Corga".
Este
lugar sagrado que alberga uma grande parte dos nossos
familiares mais queridos, com vidas interrompidas
e sonhos por realizar, lugar de culto e de peregrinação
obrigatória de todos quantos visitam a Benfeita
e querem ficar mais próximos das suas raízes
familiares já está, de novo, a ficar
cheio; porém, como o recurso à cremação
tem vindo a aumentar no nosso país, a necessidade
da sua ampliação não é
considerada, para já, como muito urgente.
No entanto, essa será, certamente, uma das
preocupações do próximo presidente
da Junta de Freguesia.
A cremação é,
cada vez mais, uma opção tomada por
muitas famílias, não só por
ser mais barato e mais simples como por ser psicologicamente
menos traumatizante. Até há poucos
anos apenas existiam 2 fornos crematórios
em todo o país, hoje são mais de 2
dezenas e o número cresce devido à
enorme procura que se tem vindo a verificar, quer
no litoral como no interior. Viseu já tem
o seu forno crematório instalado no "Cemitério
de Santiago", uma parceria público-privada
que garante uma capacidade de 4 corpos, em 8 horas!
A Igreja Católica, embora
prefira a antiga tradição cristã
da sepultação, deixa aos seus fiéis
a liberdade de escolher a cremação
do seu próprio corpo, mas insiste na importância
de manter os restos mortais nos cemitérios,
igrejas ou em lugares específicos e recorda
a proibição de espalhar as cinzas
da cremação na Natureza, dispersando-as
no ar, na terra ou na água, ou ainda em qualquer
outro lugar, bem como guardá-las em casa
ou dividi-las por vários familiares em potes
decorativos ou peças de joalharia.
O nosso cemitério é
muito visitado no Dia de Todos os Santos (01/11),
por ser dia feriado nacional, e no Dia de Finados
(02/11), também conhecido por Dia dos Fiéis
Defuntos, quando este calha a um fim-de-semana.
Existem dois motivos pelos quais costumamos ir visitar
os nossos mortos ao cemitério: um, é
para orar pelas suas almas e, outro, é para
lhes pedir que intercedam por nós junto de
Deus quando nos encontramos "aflitos",
em circunstâncias difíceis.
A freguesia da Benfeita tem mais
dois cemitérios, o do Monte
Frio, inaugurado em 04/08/1940 e o dos Pardieiros,
inaugurado em 06/06/1960. Só a partir dessas
datas é que os mortos dessas aldeias serranas
passaram a ser sepultados nos cemitérios
respectivos, sendo anteriormente todos sepultados
no Cemitério da Corga.
A minha tia Ana disse-me, um dia, que deveria
ir ao cemitério o mínimo número de vezes
possível e o máximo de uma vez por ano;
para não mexer em nada que lá estivesse
e passasse sempre as mãos por água, na torneira
que existia à saída, sem as enxaguar. Nunca
lhe perguntei porquê, porque a sua palavra,
para mim, era lei, tal como a dos meus pais
e avós e, de um modo geral, a de todas as
pessoas crescidas.
Mais tarde, alguém me explicou que existem,
em muitos cemitérios, principalmente nos
menos cuidados, áreas contaminadas com organismos
causadores de doenças, como o tifo, por
exemplo.
A água das chuvas que penetra e alaga os
covais ficando em contacto com os corpos
em decomposição, fica contaminada e pode
libertar substâncias e micro organismos
causadores de doenças. Contamina a área
adjacente às sepulturas com vírus
e bactérias, principalmente quando a profundidade
mínima das sepulturas não é respeitada (1,15m-adultos,
1,00m-crianças) e, ao infiltrar-se na terra,
pode chegar aos lençóis de água subterrânea.
Há quem diga que os mortos dos cemitérios
não fazem mal a ninguém, que devemos ter
medo é dos vivos... pois, mas nunca fiando!
Se pensarmos bem, até os nossos sapatos
deveriam ser limpos, descontaminados, desinfectados,
expurgados, etc. à saída do cemitério e,
até mesmo, antes de entrarmos no carro e
em casa.
|
Veja <aqui>,
a nossa versão gráfica do "Cemitério
da Corga" e o nome das pessoas falecidas,
identificadas nas respectivas sepulturas.
VIVALDO QUARESMA
SITE DA BENFEITA - 16/06/2017
O novo abrigo do Areal!
Recentemente
construído pela Junta de Freguesia, a Benfeita
dispõe agora, de um novo equipamento urbano
(paragem de autocarro) para benefício directo
dos jovens estudantes que utilizam os estabelecimentos
de ensino de Côja e Arganil e de quem se desloca
para o trabalho, em dias de chuva.
É uma carreira de "Aulas
e trabalho", com um horário muito reduzido,
apenas com uma ida e uma volta por dia.
De segunda a sexta-feira, um autocarro da Transdev
sai de Pardieiros às 06:45 com destino a
Arganil, onde chega às 07:40 e, à
noite, sai de Arganil às 18:20 com destino
a Pardieiros, onde chega às 19:15.
O autocarro pára na Benfeita
cerca das 07:00 horas (na ida) e das 19:00 horas
(no regresso). Durante o resto do dia, feriados
e fins-de-semana, este aprazível local sobre
as frescas águas da ribeira, para não
ficar às moscas, poderá servir de
ponto de encontro para quem quiser descansar ou
conversar, ou desejar aceder à Internet através
do "WiFi Free", da Junta de Freguesia.
VIVALDO QUARESMA
SITE DA BENFEITA - 07/05/2017
Pelo fim da Guerra na Europa!
Já
há alguns anos que no primeiro domingo de
Maio se celebra o Dia da Mãe em homenagem
a todas as mães e servindo para reforçar
e demonstrar o amor dos filhos pelas suas mães.
No entanto, não é habitual este dia
coincidir com o dia em que, na Benfeita, se comemora
o fim da Guerra na Europa, desde 7 de Maio de 1945.
Eu sou do tempo em que o Dia da Mãe
se comemorava no feriado 8 de Dezembro, dia de Nossa
Senhora da Conceição, padroeira de
Portugal desde 1646; mas, já nos finais do
século passado, o Dia da Mãe passou
a ser uma data móvel sendo comemorado no
primeiro domingo de Maio, mês de Maria, em
homenagem à Virgem, mãe de Cristo,
acabando com a tradição que já
vinha sendo seguida em Portugal desde 1854. Algumas
mães com vários filhos, ainda gozam
do privilégio de serem homenageadas nas duas
datas, quando uns teimosamente mantêm o antigo
costume e outros, ordeiramente, aderiram à
mudança da data.
Neste Dia da Mãe juntamos
dois pedidos na mesma oração à
Mãe de Cristo: que permita que continuemos
a merecer o amor e o carinho das nossas mães
ou a preservar a doce lembrança que delas
guardamos e que mantenha os portugueses fora desta
guerra que, lentamente, se começa a desenhar,
de novo, no nosso continente e sobre a qual o Papa
Francisco já alertou o mundo.
Quando perdemos a nossa mãe
passamos por uma experiência sem igual, abrindo-se
um grande vazio na nossa alma que raramente conseguimos
preencher; apenas a lembrança dos bons momentos
nos consegue trazer um pouco de conforto e resignação
pela sua perda. Mas, quando perdemos a Paz e presentimos
a ameaça de uma nova Guerra Total em quase
todas as notícias que chegam até nós,
na Europa e em muitas outras partes do mundo, numa
Terceira Guerra Mundial repartida por toda a Terra,
já não acreditamos que alguém
nos possa vir a manter neutrais e pacíficos,
como em 1940, num eventual conflito generalizado
que parece aproximar-se a cada dia que passa.
Na Benfeita ainda se comemora o fim
da guerra na Europa; mas, "por quanto tempo
mais?" parece ser a pergunta que todos receamos
fazer. Embora estas comemorações já
aconteçam há 72 anos não há
nenhuma garantia de continuidade da Paz neste mundo
em ebulição.
Este ano, tal como no anterior,
o automatismo do relógio da Torre da Paz
fez má figura e mesmo estando um domingo
de sol radioso (ao contrário do ano passado
que choveu intensamente), também ninguém
se aproximou para ouvir as badaladas do Sino da
Paz. Mas ele tocou!
Já passava das duas da tarde quando o presidente
da Junta, Alfredo Martins, vendo que o automatismo
não entrava em funcionamento, avançou
para a Torre da Paz e só de lá saiu
depois dos 1620 toques terminarem, cerca das 15:15.
Mais uma vez, a uma cadência de 30 toques
por minuto, o antigo relógio monumental lá
despachou apressadamente a tarefa em menos de uma
hora.
Também a autarquia, que em
manifestos anteriores tanto prestigiou esta antiga
tradição benfeitense e dela pretendeu
fazer um ex-libris da região, não
organizou nenhum evento comemorativo. Talvez este
projecto volte a recuperar o seu "interesse"
na campanha eleitoral dos candidatos a autarcas,
nas próximas eleições de Outubro!
Veja <aqui>
mais tópicos sobre este assunto.
VIVALDO QUARESMA