Santa
Bárbara, era uma ilustre e jovem donzela de
extraordinária beleza, que viveu na Nicomedia,
Turquia, nos anos 300 d.C. e foi enclausurada,
pelo próprio pai, numa torre do palácio onde
vivia, afastada de todos, para que não fosse
vista por nenhum homem e apenas aceitasse o
pretendente que ele mesmo lhe destinasse.
Como ela não aprovasse
as suas escolhas nem se interessasse por jovem
nenhum, o pai trouxe-a de volta para casa; mas,
o seu temperamento insubmisso, querendo continuar
a viver em castidade, mantendo a sua fé em Cristo,
chegando mesmo a ser baptizada por um padre
disfarçado de mercador, aumentaram a fúria de
seu pai que frequentemente a castigava, batendo-lhe,
chicoteando-a e salgando-lhe as feridas, numa
tentativa de a punir pela sua recusa em adorar
os deuses pagãos do Império Romano.
Os seus tormentos
só tiveram fim quando o seu pai lhe pôs termo
à existência, decapitando-a com a sua espada,
num final trágico, por não aceitar renunciar
à sua fé cristã.
A fúria dos céus
contra este acto terrível, em que a mártir se
sacrificou por Cristo e pela sua fé, revelou-se
durante a tempestade que se formou logo de seguida,
por um raio que fulminou o seu odioso e cruel
pai e incendiou completamente o palácio onde
viviam.
Na hora de sua
morte, Bárbara ainda se ajoelhou e pediu a Jesus
que a absolvesse de todos os seus pecados e
rogou para que a mesma graça fosse concedida
a todos os que, em situações de morte iminente,
por seu intermédio implorassem a Extrema Unção,
tendo recebido de Jesus a garantia da satisfação
dos seus pedidos. Daí que as pessoas invoquem
o seu nome, sobretudo, como protectora contra
a morte trágica e contra os perigos de explosões,
raios e tempestades.
Na iconografia
cristã Santa Bárbara é geralmente apresentada
como uma virgem, alta, magestosa, com uma palma
significando o martírio, um cálice como símbolo
de sua protecção em favor dos moribundos, ao
lado de uma torre, representando o local onde
esteve enclausurada durante longo tempo, e de
uma espada, instrumento de sua morte.
Santa Bárbara é
a padroeira dos bombeiros, mineiros, artilheiros,
pirotécnicos, arquitectos, construtores, pedreiros,
carpinteiros, electricistas, guardas prisionais
e presidiários e o seu dia comemorativo, no
calendário litúrgico, é a 4 de Dezembro. Na
Benfeita, não há a tradição de culto a Santa
Bárbara; aqui, só nos lembramos dela, mesmo,
só quando troveja.

Rezas para afastar as
trovoadas |
Fazendo
Pelo Sinal:
Chagas abertas,
Coração ferido,
Sangue de Nosso
Senhor Jesus Cristo
Se derrame entre
eu (diga o
seu nome)
E o perigo!
Pelo
Sinal
Reza-se fazendo
uma cruz na testa,
outra na boca
e outra no peito,
com o polegar
direito e a mão
fechada; depois
faz-se o sinal
da cruz: testa,
peito, ombro esquerdo
e ombro direito,
com a ponta dos
dedos e a mão
aberta.
U
Chagas
abertas, U
Coração ferido,
U
Sangue de Nosso
Senhor Jesus Cristo
U
Se derrame entre
eu (nome) e o
perigo! Amém.
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Santa Bárbara
bendita,
Que no céu está escrita
Num papel com água-benta
Livre-nos desta tormenta!
Que a leve lá para bem longe
P'ra onde não haja nem
pão nem vinho,
Nem flor de rosmaninho,
Nem mulheres com meninos
Nem vacas com bezerrinhos,
Nem gadinhos de lã,
Nem alma cristã,
Porque já os galos cantam,
Já os anjos se levantam,
Já o Senhor está na cruz,
Para sempre amém, Jesus.
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Magnífica a minha alma,
Engrandece o Senhor,
O meu espírito ardente
Meu Deus Salvador.
Chagas abertas, coração ferido,
Deus se meta entre nós e o perigo. |
Magnifica a minha alma
Engrandeço ao Senhor
Meu espírito se alegrou
Em Jesus meu Salvador.
Oh, que estrondos vão no Céu!
Que nos valha a Divindade,
Valha-nos a Cruz de Cristo
E a Santíssima Trindade.
Santa Bárbara bendita
Se vestiu e se calçou,
Ao caminho se deitou,
Jesus Cristo encontrou
E Ele lhe perguntou:
-Onde vais Bárbara?
-Vou amarrar aquela trovoada,
Que no Céu anda espalhada.
-Amarra, amarra,
Onde não haja eira nem beira
Nem raminhos de oliveira
Nem pão, nem milho,
Nem babete de menino,
Nem bolinho de alma cristã.
Santa Bárbara bendita
Que no Céu está escrita
Tendes a Torre na mão
Pedi a Nosso Senhor
Que nos abrande o trovão.
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Quando troveja acende-se uma vela e faz-se uma reza.
Também se queimam os ramos bentos (oliveira e alecrim), benzidos
no Domingo de Ramos (Domingo anterior ao Domingo de Páscoa).
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