ALFREDO OLIVEIRA |
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Era filho de António Nunes dos Santos Oliveira e de Maria da Natividade. Foi casado em primeiras núpcias com Palmira do Rosário Gonçalves, de quem teve a seguinte descendência: José do Rosário Oliveira, Maria da Natividade Rosário, Lucinda do Rosário Oliveira e António Nunes dos Santos Oliveira. Casou, em segundas núpcias, em 24/11/1927, com Augusta Luís Gonçalves de Oliveira, de cujo matrimónio nasceu Assunção Gonçalves de Oliveira. Foi combatente na Primeira Grande Guerra tendo sido incorporado como 1º cabo no G.I.A.P. (Grupo Independente de Artilharia Pesada), em França, em 1916. Fazia parte da Comissão de Culto Católico da freguesia, de que foi um dos fundadores, e presidia ao Centro de Assistência Social da Freguesia da Benfeita, onde, durante vários anos, funcionou a "Sopa", de que beneficiavam as crianças da escola, os idosos inválidos e os pobres, e que, todos os anos pelo Natal, distribuia enxovais e agasalhos aos mais necessitados. Alfredo Nunes dos Santos Oliveira foi o presidente da Junta de Freguesia que maior número de anos permaneceu em funções, tendo contribuído para o notável progresso da Benfeita durante vinte e seis anos e, pelas suas qualidades, ganhou a amizade, o respeito e a gratidão de todos os habitantes da freguesia e de muitas povoações circunvizinhas. O seu esforço e dedicação ficaram indelevelmente associados às seguintes obras, na Benfeita: - Estrada Portelinha-Benfeita
Foi proclamado sócio benemérito da Liga de Melhoramentos da Freguesia da Benfeita, em Fevereiro de 1955, a qual reconheceu, desta forma, os múltiplos e reais benefícios prestados a toda a freguesia, e que, com total agrado e inteiro apoio da população, presidiu à Junta de Freguesia, activa, inteligente e dedicadamente. Homenagem a Alfredo de Oliveira
A Câmara Municipal quis homenagear, assim, o homem que, pela acção desenvolvida em prol do progresso de todas as povoações da freguesia e do bem-estar geral dos seus habitantes, bem justificava essa consagração, merecendo a concordância e o aplauso geral dos naturais e amigos da freguesia. Depois da divulgação desta resolução
camarária começaram a aparecer múltiplas iniciativas de apoio ao reconhecimento
público proposto, salientando-se, desde logo, a do Sr. António Gonçalves
Matias, da Relva Velha, em Dezembro de 1959, que propôs a aquisição
de duas placas toponímicas, a colocar no início e no fim da rua, com
o nome do homenageado gravado em mármore, através de subscrição pública,
com um donativo que não poderia exceder os 2$50 (vinte e cinco tostões)
a enviar ao pároco da freguesia, o Padre Joaquim da Costa Loureiro. Até então, apenas duas pessoas ilustres da Benfeita tinham recebido semelhante distinção e reconhecimento público, o professor, poeta e político Dr. José Simões Dias (1844-1899) que, no magistério, nas letras e na sua acção política muito honrou a terra onde nasceu, tendo sido atribuído o seu nome à Praça Simões Dias, e o Dr. Leonardo Gonçalves Mathias (1872-1950), funcionário do Ministério das Finanças, ferveroso regionalista, grande impulsionador da criação da Liga de Melhoramentos da Freguesia da Benfeita, em 1945, que conseguiu arrancar a sua terra à tristeza do seu isolamento e atraso, mercê do seu valor, da sua inquebrantável energia e fé contagiosa que, unindo e gavanizando todo o povo, rasgou, através de dificuldades sem conta, os quase seis quilómetros da sua estrada nova, dando início a um maravilhoso movimento bairrista. Em sua homenagem foi o seu nome dado à Rua Leonardo Gonçalves Mathias. Para permitir aos patrícios benfeitenses associarem-se a tão justa homenagem e às cerimónias da inauguração da Rua Alfredo Nunes dos Santos Oliveira e do novo edifício escolar, foi estabelecido o seguinte programa:
Estiveram presentes, o Sr. Coronel Dr. Álvaro Duarte da Silva Sanches, presidente da Câmara Municipal de Arganil, que representava o Sr. Governador Civil de Coimbra e que se fazia acompanhar de sua esposa, Srª Dª Arminda Sanches, presidente da Comissão Municipal de Assistência, entre muitos outros ilustres convidados. Eram aguardados pelos Srs. Dr. Mário Mathias; Alfredo Nunes dos Santos Oliveira; padre Joaquim da Costa Loureiro, pároco da freguesia; António Gaspar Pimenta, presidente da direcção da Liga de Melhoramentos da Freguesia da Benfeita, e muito povo. Depois da sessão de boas-vindas seguiu-se
uma missa de acção de graças, na Igreja de Santa
Cecília, pela saúde do homenageado e pelos 26 anos de
permanência na Junta, celebrada pelo pároco da freguesia,
a que se seguiu um cortejo até ao cimo do Oiteiro, ao som das
bandas filarmónicas, onde eram aguardados pela professora Dª
Maria Edite Ribeiro Saraiva com os seus alunos, e se procedeu à
bênção e à inauguração da nova
Escola Primária. À tarde, no Santuário de Nossa Senhora das Necessidades, da Lomba do Bujo, tiveram lugar as tradicionais cerimónias religiosas e populares do Domingo de Pascoela, que começaram cerca das 15 horas.
A Benfeita estava de luto! Todos os que cá nasceram ou à Benfeita estavam ligados por quaisquer sentimentos ou interesses, sentiram, nessa hora, que tinham perdido um amigo. O seu funeral, que de Coimbra foi acompanhado de inúmeras pessoas, recebeu o canto e os solenes ofícios de oito sacerdotes. Pelas ruas da Benfeita desfilaram, em cortejo fúnebre, mais de 1.500 pessoas, provenientes de todas as povoações da freguesia, além de outras individualidades vindas de Lisboa, Porto, Coimbra, Alcobaça e Arganil. Veja também: ![]() |
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