Isaura Dias de Oliveira, era filha de Elísio Dias e de Maria dos Anjos dos Reis. Nascida em 31/03/1924 foi, durante a sua juventude, uma das mais lindas e formosas jovens benfeitenses da sua época, tendo casado em 1945, com 21 anos de idade, com António Nunes dos Santos Oliveira, o "Tonita" de 22 anos, nascido em 06/08/1923.
Seu marido partiu para Moçambique em 1948 onde permaneceu durante cerca de 14 anos, tendo trabalhado nos Caminhos de Ferro, nas Obras Públicas e no Comércio, e conseguido amealhar algumas economias que destinou à construção de uma bela residência que mandou erigir junto à Praça Simões Dias após o seu regresso à Benfeita, na Primavera de 1962; mas que, infelizmente, não chegou a habitar. Era filho de Alfredo Nunes dos Santos Oliveira e de Palmira do Rosário, e neto de António Nunes dos Santos Oliveira e de Maria da Natividade. Faleceu em 20/12/1962 com apenas 39 anos de idade, vítima de uma doença cuja gravidade ainda ninguém se tinha apercebido. Era um homem muito estimado nesta terra pela sua bondade e despretensioso trato.
Isaura Dias já era mãe de António Jorge Dias de Oliveira, nascido na Benfeita em 1946, quando foi para África ter com o seu marido, deixando ficar o seu filho a cargo do tio Manuel Dias. Seu filho viria a casar-se em Rabat, Marrocos, em 1970, com Elisabeth Martins Pacheco.
Em Moçambique, na Namapa, viria a ter uma filha, em 1956, Maria Palmira dos Reis Oliveira, que viria a casar-se, em Lisboa, em 1978, com Carlos Jorge Antunes de Mendonça.
O seu sorriso permanente, a sua boa disposição e o seu trato afável e cordial não deixavam as pessoas indiferentes e todos lhe queriam muito bem, conquistando amizades sinceras com facilidade. A sua partida, embora já fosse uma das pessoas mais idosas da Benfeita, a todos apanhou de surpresa tendo deixado uma grande tristeza em todos os corações. Paz à sua alma!

José Simões Feiteira nasceu na Benfeita em 27/07/1923. Era filho de Albano Simões e de Maria da Encarnação Feiteira. Casou na Benfeita, em 22/08/1945, com 22 anos de idade e a profissão de pedreiro, com Virgínia Gonçalves Martins, de 20 anos de idade, doméstica, de quem viria a ter uma filha em Agosto de 1946, Celeste Martins Simões, e de quem viria a enviuvar, em 12/03/2016.
Esteve vários anos em Moçambique, onde foi construtor civil na cidade de Lourenço Marques. Para lá partiu sozinho pouco tempo depois do seu casamento. Sua mulher e filha juntaram-se-lhe depois, tendo regressado à Benfeita em 1964, onde construiu a sua casa.
Em Abril de 1965 orientou o início das obras de construção da "Casa de Recreio da Benfeita", com planta de José Bernardo Quaresma, que viria a ser o edifício da Liga de Melhoramentos, inaugurado em Abril de 1971, não auferindo qualquer remuneração pelo seu trabalho. A ele se deve, também, a colocação do relógio da igreja com aparelhagem sonora que faz ouvir as suas horas e meias-horas a longa distância, bem como obras de limpeza exterior e conservação da igreja e da torre sineira, e a colocação de uma grande cruz luminosa, tomando à sua conta as respectivas despesas, mais uma vez demonstrando o seu amor à terra onde nasceu.
Voltou a Lourenço Marques, desta vez só com a esposa, uma vez que a sua filha já se havia casado em 29/05/1966 com José Augusto Gomes Simões, tendo-se aí mantido até finais de 1968. Fez parte da primeira Junta de Freguesia da Benfeita, eleita depois do 25 de Abril, em 12/12/1976 e, em 1981, fez parte da Delegação da Benfeita dos órgãos gerentes da Liga de Melhoramentos. Era sócio maioritário do Supermercado Havaneza Cojense, de José Feiteira & Cª, em Côja.
José Feiteira faleceu nos Hospitais da Universidade de Coimbra, em 23/10/2022, com 99 anos de idade.
Desde muito novo que eu me habituei a ouvir o apelido “Feiteira” associado a boas causas pois era uma pessoa muito interessada em todos os assuntos da sua terra, tendo ajudado muita gente, e todos os mordomos das festas da Benfeita a ele recorriam, nomeadamente, nos seus peditórios anuais pois sabiam que dele podiam sempre contar com uma boa contribuição, razão pela qual também receberam a minha “visita” na Festa de Agosto de 2013 — ele e a sua esposa Dª Virgínia — que também comungava do mesmo espírito de grande generosidade. Paz às suas almas! VIVALDO